Soul

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Sampa caótica, SP, Brazil
Um equilíbrio dinâmico entre o prazer e a dor.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

SAGRADO DEVER




Vivo dividida, às vezes com os pés no chão, às vezes com a cabeça na lua. Divida entre o papel que "devo" a sociedade como "coisa real por fora" e o meu desejo de ser e estar como "coisa real por dentro".

O Fato é que me descobri miserável e acorrentada a uma socidade que conduz a dominação da minha consciência, que me massifica, me engana com as idéias de deveres e obrigações de cidadã íntegra e cumpridora dos seus deveres de pagar os impostos e produzir. Trabalho honesto por mísero salário gratificante, trabalhar de forma produtiva e mecanizada, tecnocrata e desumana.

A escola nos ensina a vencer na vida! Se você é de "berço poderoso", te enfiam guela a baixo a necessidade de competição estúpida e selvagem. Te ensinam a fazer alianças a fim de favorecer os interesses mais mesquinhos da sua classe e a obter vantagens baseando-se na "ética" capitalista. 

Ah... mas meu amigo, se você como eu, comeu comida podre na merenda escolar, foi lá que você aprendeu a obedecer ordens: SENTE-SE, COMA, VISTA, FAÇA, TRABELHE, CONSUMA... ESTUDE!!! Mas estudar pra que??? Ah meu amigo... eles são tãooo bonzinhos, dão até bolsas de estudo!!!! Ganhamos vale jabá com farinha, vale pinga, vale coxinha!!! A verdade é que o capital precisa girar, o mercado precisa se aquecer e a classe dominante precisa de força de trabalho qualificada! Que tenha técnica, mas não precisa ter consciência, tão pouco ciência, precisa executar bem, e isso basta. E assim a classe se torna "média" e leva uma ROLHA na boca: Um apartamento e um carro zero.

Outro dia conversava com um amigo, que como eu é professor, e chegamos a conclusão de que não há lugar onde as pessoas são mais quadradas e alienadas do que dentro de uma escola. Professores sem noção da sua importante função social e do seu papel formador. Muitas vezes é a ingênua e perigosa boa vontade que, completamente vazia de significados e objetivos, só serve para apaziguar conflitos, todos nós conhecemos a "pedagogia do amor" do Chalita, um amor oco que esconde a mentira da incopetência na boa vontade.

A hipinotizadora idéia de consumo associada a nossa vaidade, tem nos afastado cada vez mais da nossa condição de sujeito e tem nos transformado em objeto, que COPIA, que OSTENTA, mas que por dentro grita desesperadamente pois nenhuma escola vai nos ensinar a  lidar com a solidão, a angústia e a insatsfação que tem nos acompanhado. Quem cultiva a cultura da paz e do amor, vai maquiando o que está fora, e implodindo o que tem dentro!



                   

 Para ler    http://www.insite.com.br/art/pessoa/ficcoes/acampos/456.php